Todos sabemos que o DEM, em nível nacional, é oposição ao PT. Todos sabemos também que, nos últimos anos, o DEM esteve junto ao PMDB em seus últimos três governos em Angra dos Reis.
O que teria então mudado para que o DEM se unisse ao PT nesta campanha eleitoral?
Apressados diriam que o DEM foi comprado pelo PT, descontentes diriam que o presidente agiu por conta própria, ignorando a posição dos outros integrantes do partido...
Passo agora a lhes contar o que aconteceu:
Quando assumi o DEM, aqui em Angra, ou melhor, antes disso, eu tinha a visão de que Angra podia ser mais do que tem sido. Apesar de eu e alguns colegas do DEM opinarmos por mudanças nos rumos do partido, nada acontecia. Com a cidade não foi diferente. Havia tanta gente boa lá, cheia de idéias, mas sem qualquer espaço no DEM ou na prefeitura, enquanto que outros, que representavam a manutenção de Angra do jeitinho em que ela se encontra, ou seja, sem esperança, estagnada economicamente e subdesenvolvida apesar de um orçamento astronômico, estavam no governo.
No meu entender, chegou a hora de dar um basta nisso... Pensei.
Apareceu então a oportunidade. O DEM e o PR se uniram, no Estado, formando uma aliança que geraria campanhas majoritárias, vias alternativas para que a população tivesse a chance de votar em mais uma chapa, que nós entendiamos que seria uma excelente oportunidade para a cidade, devido a vontade do DEM de ser um elemento mais atuante na cidade.
Aconteceu o que aconteceu... O PR desistiu da campanha majoritária e aceitou ser vice do PMDB, colocando-nos numa encruzilhada: jogar um balde de agua fria em nossa vontade e aceitar apoiar a situação por mais quatro anos ou ouvir o lado ao qual sempre fomos antagônicos e, de repente encontrar algo em comum?
Isso ficou mais evidenciado após uma entrevista que demos ao Jornal "A Voz da Cidade"! A jornalista Iale Cititas nos perguntou qual caminho tomariamos e nós respondemos muito confiante mente que apoiariamos o lado que apresentasse o melhor projeto para a cidade.
Era o fim da oposição pela oposição ou da situação pela situação.
Fizemos então nosso dever de casa. Fomos ouvir os dois lados. De cara, uma diferença foi marcante: o antagonismo se transformou em pura cordialidade e o situacionismo uma espécie de obrigação de fazer, como se estivéssemos fadados a apoiar o PMDB porque já haviamos apoiado antes. Outra diferença: espaço para discutir a cidade e seus rumos. Fomos muito bem recebidos, no PT, conhecemos o projeto de cidade e, após isso, também procuramos o PMDB, só que ali, caros amigos, as portas estavam fechadas.
Assim chegamos a uma conclusão: o DEM e o PT em Angra tinham algo em comum: um projeto para a cidade.
Finalmente, por entendermos que as nossas diferenças poderiam ser postas de lado para abrigar uma união ao bem de Angra dos Reis, não titubeamos e decidimos: PT e DEM estão juntos e elegerão, com o voto do povo, Conceição Rabha 13 prefeita de Angra dos Reis!
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